(Vitor Henrique Paro)
A dimensão política das praticas escolares
A prática política necessariamente ligada á disputa pelo poder na sociedade, sua presença no cotidiano da escola pública tem a ver com os interesses antagônicos aí em jogo. Temos como fim da educação escolar a universalização do saber produzido historicamente, de modo que ele seja apropriado pelas amplas camadas trabalhadoras, sendo já uma posição política.
Sem a participação dos usuários da escola pública, dificilmente o Estado se disporá a atender os interesses das populações que, por sua condição econômica, encontram-se, em nossa sociedade, alijadas do poder político. Trata-se de viabilizar o controle democrático do estado, de levá-lo a atender os interesses das camadas majoritárias da população.
A relevância do estudo das práticas políticas no cotidiano da escola públicas se refere diretamente ao exame das condições que aí se apresentam para o exercício dessas praticas, ou seja, das praticas de participação da população na tomada de decisões na escola.
Práticas políticas e administrativas
O exame do modo como se configuram as múltiplas relações sociais que têm lugar no cotidiano da escola e seu inter-relacionamento com os determinantes sociais mais amplos, como a considerações da natureza específica quer da prática política, ou da atividade administrativas, parecem autorizar a conclusão de que o político tem precedência sobre o administrativo no cotidiano da escola pública. O estabelecimento de objetivos políticos antecede, e certamente condicionará o processo de atingi-los atividades administrativas.
A prática administrativa toma o fim como um dado, por isso ela precisa ser complementada, subsidiada, pela atividade política. Mas estabelecido objetivo, só a partir da racionalidade na utilização dos recursos, objetivos da prática administrativa, é possível alcançá-lo de forma efetiva. A própria busca do poder político, enquanto objetivo que se põe, é algo que precisa ser convenientemente administrado.
Dois pontos de extrema importância parecem impor-se como conjuntos de medidas que reclamam urgente implementação.
O primeiro deles reporta-se a medidas mais de configuração políticas, mas que não deixam de apresentar também um caráter administrativo. Falando de providências que diz respeito á instalação de uma estrutura política administrativa adequada a participação nas tomadas de decisão de todos os setores que aí têm presença, em especial seus usuários, eivada de mecanismos institucionais que viabilizem e incentivem. Na falta desses mecanismos de pressão e controle político sobre o Estado, a escola pública só poderá ser o que ela é hoje: uma mistificação, uma negação do direito á educação.
O segundo conjunto de medidas está estreitamente ligado ao primeiro se possa dizer que suas características sejam mais propriamente administrativas do que política fundamental. Apesar de estar, em geral totalmente ausente da rede de ensino público, sua importância e necessidade parecem tão óbvias quando dizer-se que não há processo administrativo consistente, separado de um efetivo processo de avaliação dos resultados.Em geral o único processo de avaliação de que se tem noticia nas escolas públicas refere-se á avaliação do rendimento dos alunos. Mas este, pelo que se conhece, consiste muito mais numa antiavaliação, já que, por meio de uma avaliação punitiva. E óbvio que não se trata já de atividades estreitamente administrativas, mas da própria ligação entre o administrativo e o político, com o primeiro procurando viabilizar o segundo e este servindo de fundamento para a realização daquele.
Alunas: Carla Juliana
Danielle J. Alves
Géssica Carla
Kássia Maria
Polyana S. Xavier